segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Enfrentamento do Crack: Metas descumpridas para pagamento de dívidas




No Brasil, os gastos sociais são contidos para dar lugar ao pagamento de dívidas, incluindo as dos bancos, pois os governos acreditam que para conter a crise global a solução é o salvamento do setor financeiro pelos Estados.


A Presidente Dilma prometeu ao Presidente do Banco Central manter e aprofundar o ajuste fiscal, aumentando o superávit primário (ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da dívida) em R$ 10 bilhões. Tal promessa foi necessária para que o BC anunciasse a tímida queda de 0,5% na Taxa Selic. Explicando: cerca de R$ 10 bilhões anuais a menos no pagamento de juros da dívida foram anulados pela decisão de aumentar o superávit primário.


Atualmente os bancos que foram salvos pelos governos apresentaram lucros gigantescos, mas para que os executivos dos bancos continuem ganhando muito bem, necessário se fez o corte dos os gastos sociais, que  são contidos para dar lugar ao pagamento de dívidas, incluindo as dos bancos, pois os governos acreditam que para conter  crise global da dívida é o salvamento do setor financeiro pelos Estados.

Uma das graves conseqüências da atual política de ajuste fiscal recai sobre o sistema de saúde, mais precisamente sobre o sistema de tratamento para dependentes de drogas no país. Já que o governo descumpriu todas as metas anunciadas há um ano no Plano de Enfrentamento ao Crack.


Dos 136 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) especializados em drogas previstos para o fim deste ano, apenas 20 saíram do papel. Só dez unidades funcionam 24 horas no país, embora 110 tenham sido anunciadas e os 250 unidades, entre os 2,5 mil leitos em hospitais gerais prometidos, chegaram a ser abertos .

A questão das drogas não é apenas não é preocupação dos governos, mas de toda a sociedade brasileira, que sofre com o aumento da criminalidade: roubos, furtos, assassinatos, assalto e outras tantas formas de violência e isso sem colocar o fim da vida de tantos jovens, que passam a viver em condições sub-humanas.

Existe ainda o fato que a droga vai se alastrando pela sociedade quando a própria sociedade não se importa com os efeitos que ela causa na população, nos seus filhos, nos filhos dos seus amigos. O olhar de indiferença surtirá seus efeitos maiores no futuro quando o número de viciados aumentarem e a sociedade arcar com o custo para tratá-los ou recuperá-los.



O custo para tratar é muito mais alto do que o custo para prevenir e cuidar dos que já estão aí vencidos e atemorizados e pior direcionando outros para alongar a fila, financiando as armas do tráfico de drogas.

Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria desabafou: “o atendimento hoje é insuficiente.” São pessoas que precisam passar por um processo de desintoxicação. Falando de crack, então, não podemos prescindir da internação, mesmo breve. Mas os Caps simplesmente não funcionam à noite".


Já Magalhães, secretário do Ministério da Saúde, que reconheceu a carência do nosso sistema. "É verdade que temos avançado pouco na questão da dependência química. Vale destacar, porém, que eles sozinhos não adiantam. É preciso a rede funcionando, que inclui serviço social, educação, prevenção".

Um país que paga dívidas de bancos com o dinheiro do povo e fecha seus olhos para as necessidades sociais, não se pode dizer que seja um Estado que esta evoluindo. Um país que dá bolsa esmola e não implanta nenhuma política de controle da natalidade.


Um país que engaveta a reformaria tributária e não coloca como meta tributar as grandes fortunas  para que as riquezas possam ser distribuídas com justiça social e prefere o desconto fiscal na folha de pagamento do trabalhador,  jamais será um país de economia sólida.

Chegou a hora de fazer uma releitura das nossas políticas e implantar políticas que realmente surtam efeito, pois não é pagando dívidas de bancos que o Brasil vai cumprir as metas anunciadas para enfrentamento do crack e outras drogas.


Muitos se recusam a ver a realidade, mas a verdade é que não é nada humano ver esses jovens jogados nas ruas e vivendo como bichos. Uma pintura nada bonita ou de se orgulhar. Ver esses jovens transformando de pessoa humana a seres sub-humanos é muito triste para uma sociedade, para o país, para os amigos e para os pais.

Senhora Presidenta esta na hora de rever as políticas sociais e de convidar a sociedade a manifestar sobre se querem a ruína dos jovens ou a falência dos bancos.





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