quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O homem é um construtor e não um predador


Biodiversidade e o tráfico de animais silvestres



OO nosso Brasil tropical, rico em biodiversidade sempre foi alvo da cobiça desde o seu descobrimento, os olhares já recaiam sobre a riqueza da flora e da fauna da Terra Brasilis. A cobiça estrangeira não findou com o fim do Brasil Colônia, ela tem perpetuado nesses novos tempos, ainda que o olhar da humanidade tenha se voltado para a necessidade da conservação da biodiversidade, principalmente das florestas tropicais que contém mais da metade das espécies existentes no mundo e essas florestas são apenas 7% das florestas do mundo.
 Entretanto os dados mostram que as nossas florestas estão falecendo e com elas a rica biodiversidade. A cobiça estrangeira ainda reina por aqui e estrangeiros se apropriam das plantas nativas das nossas florestas, de animais como se tivessem alugado o Brasil e estão apenas usufruindo da propriedade locada.
Os pássaros das florestas são retirados do seu habitat e levados, sabe-se lá para onde, talvez para o jardim de algum excêntrico estrangeiro.
Sem dúvida possuímos a maior reserva de biodiversidade do planeta. Nossas florestas   ocultam riquezas e segredos que ainda não chegaram ao conhecimento humano e talvez nem chegue já que muitas espécies estão acabando sem que o homem sequer tenha tomado conhecimento da sua existência.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente divulgou que  cerca de cem espécies desaparecem todos os dias da face do planeta, sendo que o tráfico  de animais silvestres é um dos principais responsáveis por esta tragédia.
O Brasil perde anualmente uma quantia incalculável e sem dúvida alguma irreparável  com o tráfico de animais silvestres. O mercado mundial de hipertensivos movimenta anualmente cerca de US$ 500 milhões, e o princípio ativo de seus medicamentos é retirado de algumas serpentes brasileiras, como a jararaca (Bothrops jararaca). Entretanto não é o Brasil o fornecedor de peçonhas ofídicas e sim a Suíça que não possui uma única jararaca em seu território. Vale aqui grifo que a cotação internacional das peçonhas ofídicas é altíssima: um grama de peçonha de jararaca vale US$ 600,00 e o da cascavel (gêneroCrotalus) US$ 1.200,00.
Em menos de 500 anos o Brasil já perdeu cerca de 94% da sua cobertura original de Mata Atlântica, um dos principais ecossistemas do país. São cada vez mais constantes as incursões nas matas tropicais em busca de animais para fomentar o tráfico nacional e internacional.
Dados apontam que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. Movimenta aproximadamente US$ 10 bilhões por ano e o Brasil participa desse mercado com cerca de US$ 1 bilhão ao ano. Mas esses dados são meras estimativas, pois se tratando de uma atividade ilegal os dados exatos são impossíveis de estimar.
As fontes governamentais estimam que o tráfico de animais silvestres no Brasil seja o responsável pelo desaparecimento de aproximadamente 12 milhões de espécies. E isto por si só não basta, levando em consideração, que cada dez animais traficados, apenas um chega ao seu destino final e nove acabam morrendo no momento da captura ou durante o transporte.
A crueldade não para aí, os traficantes de animais vão mais longe, a exemplo das aves, que têm os olhos furados, para não enxergarem a luz do sol e não cantarem, evitando chamar a atenção da fiscalização e entre essas práticas cruéis outras são usadas como anestesiar os animais de forma  que pareçam dóceis e mansos.
Quando se retira um animal da natureza, quebra-se um elo do equilíbrio ecológico e não é difícil imaginar quantos elos são quebrados quando se retiram centenas, milhares de animais de nossas matas. Os veículos utilizados pelo tráfico e que rodam pelas nossas estradas sem risco de uma fiscalização mais severa transporta cerca de 1.000 a 3.000 espécimes. – Eis que nos resta uma pergunta que não calar: quantos veículos estão rodando pelo país e quantos destes poderiam estar transportando animais silvestres em meio a sua carga? Será que é possível estimar?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os investimentos dois trilhões resolveriam questões ambientais e a pobreza

A Organização das Nações Unidas divulgou, na segunda –feira, 21 de fevereiro, uma estimativa do dinheiro que seria necessário para diminuir a pobreza e para cuidar melhor do meio ambiente do mundo inteiro.
Nada de tão absurdo, se levar em consideração a riqueza do mundial. As Nações Unidas propõe um programa para o meio ambiente, com um investimento de 2% do PIB mundial, valor suficiente para combater a pobreza e gerar um crescimento mais verde e eficiente.
Esse investimento significa em números matemáticos exatos hum trilhão e trezentos milhões de dólares por ano: para serem investidos em dez setores estratégicos da economia: agricultura, construção, indústria, transportes, turismo, água, abastecimento de energia, pesca, manutenção de florestas e manejo de resíduos. O que significa em real: apenas dois trilhões.
Segundo relatório divulgado em Nairobi, no Quênia: “o mundo já gasta esse montante de dinheiro em uma série de subsídios que, geralmente, provocam danos ambientais”.
A exemplo da pesca, que tem sido feita de forma irresponsável e que da forma que vem sendo explorada, em um curto prazo, não mais poderá ser explorada e a conseqüência não será outra que o desemprego e uma crescente pobreza, levando em consideração quanto são os que sobrevivem da pesca.
A proposta da ONU é conservar e preservar o planeta, mas gerar fontes de empregos e o documento das Nações Unidas cita o Brasil como exemplo no setor da reciclagem, que além de preservar o planeta evitando a emissão de toneladas de gases, que contribuem para o efeito estufa, gera empregos e uma economia de três bilhões de reais.
A proposta da ONU nada tem de absurda ou exagerada, basta lembrar que fica mais barato preservar do que recuperar. Assim como fica mais barato distribuir a riqueza mundial de forma justa e contornar as linhas da pobreza, que gastar em saúde.
Fonte de Pesquisa - http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/02/onu-2-do-pib-mundial-resolveriam-questoes-ambientais-e-pobreza.htm